domingo, 1 de novembro de 2009

Ventos fortes... ventos calmos...

Sim, sou eu. Podem acreditar.
Peço desculpas aos meus caros amigos de blog e também aos poucos, porém interessados leitores da varanda. Estive sumida, quase inexistente nesse espaço por problemas familiares, de saúde, amorosos, depressivos... Enfim, como dizia Shakira em sua envolvente canção, Estoy aqui.

Bom, com tantas pedras no meu caminho, não poderia vir aqui falar de outra coisa que não seja essa constante mudança de acontecimentos em nossas vidas. Me diziam que o MC creu é um bosta, porém a velocidade cinco que ele inventou vem perturbando muita gente se pudermos fazer disso uma metáfora da vida. Confesso que essa velocidade às vezes me cansa.

Estive com uma pessoa muito querida internada durante 17 dias no CTI, eu desacreditei de tudo e todo mundo me dizia: “Tente tirar algo bom disso, tente fazer e ver coisas que te levante, você precisa ter força nesse momento” e tudo naquele momento era bem vindo. Chegava em casa, ligava a televisão e via a Sandra Anhemberg falando de avião que caiu, de guerra no Rio de Janeiro, bandido que derrubou helicóptero da polícia, não sei quantos mortos por causa de alguma enchente por aí e ao invés de me aliviar, eu me sentia ainda mais inútil. Meu pai naquele hospital, famílias sendo destruídas em algum canto do Brasil, filho enterrando pai, pai entregando o filho pra polícia e o mundo de cabeça pra baixo. Nessas horas da vontade de ser heroi, toda vez que meu pai pedia pra eu tirar ele de lá e minha mãe chorando saia do quarto, a vontade era de pegar ele nas costas e trazer pra casa. Mas trazer pra casa pra que? Pra ligar a televisão e ver sofrimento? Mais sofrimento? A casa da gente virou a casa do mundo, dentro da nossa casa acontecem guerras, mortes e dor e nem sempre são com nossos familiares. Tudo bem é o trabalho da imprensa e eu como estudante de jornalismo, sei disso, mas não é isso que queríamos ver na TV, porém vamos fazer o que? Diante da situação do meu pai comecei perceber que todo mundo é sujeito a estar numa cama de hospital por algum motivo, porque o meu pai era o mais forte, o mais saudável, o cara mais legal e estava lá, sem saber se era noite ou dia.
A resposta do que podemos fazer é simples, já que a gente não pode ser heroi e cuidar do mundo, vamos cuidar da gente e de quem a gente ama. Cuidar da nossa saúde, cuidar das nossas coisas. Talvez o peso que vem de fora não chegue tão pesado se estivermos respaldados das necessidades básicas do ser humano.
Quando meu pai saiu do CTI e foi pro quarto, parecia que ele havia nascido de novo e eu senti a mesma emoção que ele deve ter sentido quando eu nasci.
Dê valor pra sua família, não espere nada de ruim acontecer pra você perceber que podia ter feito mais.

Ventos fortes... Ventos calmos.
Meu pai ta aqui, bem graças a Deus e os médicos disseram que não sabem como, mas eu sei.
Fé e uma necessidade imensa de fazer tudo que eu não fiz em 20 anos.

Juro que não sumo.
Esse post foi um desabafo. Perceberam né? rs
Obrigada por me lerem e até breve.

Um comentário:

  1. Gostei Tamiris. Acho que tinha lido um post seu no arquivo, que bom que está de volta. É eu entendo um pouco de ventos, mas mais ainda de tempestades, se existisse uma espécie de para-testestades eu seria a própria.rs Mas se tem uma coisa boa com as tempestades é que a gente sempre sai mais fortes delas. Quando a gente tá bem no meio dela a gente nunca pensa que vai ser bom, tudo que a gente quer é que acabe. Mas depois a gente percebe que afinal Deus sempre sabe o que faz.Parabéns pelo post. Abraço

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