segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Dois mil e dezcansado


Um velhinho, barrigudo, barbas longas e brancas, roupas vermelhas. Com ele vem um saco cheio de presentes, todos distribuídos em uma só noite. Nunca acreditei em Papai Noel.
Olá, tudo bem? Como estamos de espírito natalino, panetones e a típica bondade de dezembro? Retirem meu rosto dos anúncios de pessoas desaparecidas, eu voltei.


Mais um final de ano, e os cristãos esperam o nascimento de Jesus. Enquanto isso, todas as pessoas enlouquecem, correm, fazem reflexões, gastam muito dinheiro e, nessa época, fazem planos, perdoam, amam, esperam... Tudo o que não aconteceu em 350 dias no ano, tem os 15 últimos dias finais para que aconteçam.
Ouvi em um filme que vi pouco tempo atrás que 'a vida é falta de definição'. Esses dias finais do ano também são tempos sem definição. Não entendo de forma alguma o que nos acontece: quem reclama de falta de dinheiro, gasta mais que pode; quem não se ama, troca presentes; quem se ama, quer mostrar mais ainda que ama; quem nunca visitou a loja nova, é nessa época que visitará. Essa é a época que resolvem lembrar tudo que aconteceu e reclamar do que não aconteceu. Sonhar e fazer novos planos também acontece aqui.

Eu canso. Canso de ver gente correndo e agitada. Gente enlouquecida que distribui a loucura e chega até mim. Canso do sol, canso da gente, canso dos planos. E ainda assim sei que tudo continuará desse jeito, gostando eu ou não... sol, gente e planos.

Para o próximo ano, peço menos sol. Sol demais me irrita, me deixa tempos sem escrever no blog[rsrs],me faz suar demais. Raios amarelados e brilhantes, que esquentam, derretem e queimam. Sem sol, não há vida. Aprendi isso na biologia que estudei em algum momento. Pois bem, sol, fotossíntese, plantas respirando, nós respirando. Tudo ligado. Mas por favor, sol, não precisa exagerar. Tento aé gostar, mas canso

A gente, pessoas enlouquecidas, as vezes me enlouquecem. Sou extremamente paciente, sei disso, mas pessoas devem me canar em algum momento do ano. Que seja o final dele o momento então. Pessoas que me empurram pra subir no ônibus, normalmente senhoras mais cheinhas, carregadas de bolsas, fazem isso mais vezes. Gente que na calçada tenta, com um esbarrão, deslocar meu braço e levar ele consigo. Pessoas falando alto, toas juntas. Gente pedindo esmola, vendendo cartões, balas, flores de sabonete. Gente mandando, implorando, desejando. Gente diferente demais. Nós, pessoas, somos extremamentes diferentes, e isso é bom. Tento ao máximo entender razões e emoções em cada ato de cada um, mas canso.

No final do ano passado, planejei colocar aparelho nos dentes e tirar a carteira de habilitação. Demorei, mas coloquei o sorriso metálico e a carteira não está finalizada, falta bastante ainda, na verdade. Planejar é tão bom. Há a esperança de que tudo seja daquele jeito. E infelizmente muitas vezes nada sai do jeito esperado. Querer passar de série pode não acontecer para a pequena criança. Querer um namorado pode não acontecer para a jovem devota de Santo Antônio. O emprego pode não ser o melhor, o sonho não se realiza, o desejo é apenas vontade. Quem nunca esperou pela praia e choveu? Ou esperou apenas pra sair de mãos dadas e seu par não pode ir? Planejar, eu planejo. Esperar, eu espero. Acontecer tudo do jeito que queremos? Aí não... por isso, algumas vezes, eu canso.

Se o momento é de alegria e pensamentos positivos, pegue o sol dentro de você, irradie a energia. Não precisa queimar ninguém com ela, há espaço de brilhos solares para todos nós. Sol em demasia fará mal à ti também. Pegue seu sol e ilumine quem precisa. Quanto às pessoas, essa gente enlouquecida, talvez com esse pouquinho de raios solares fiquem mais calmam e eu consiga entender melhor. Pessoas somos nós, apenas precisamos de alguns raios de energia Às vezes pra tudo voltar ao "normal". Talvez seja esse o momento de busca por energia. Esse momento de fazer novos planos. E esperar que aconteçam do jeito que se quer.

Escrevo tudo isso e me parece ilusão. Cansar de tentar fazer acontecer. Verbos todos juntos. Bem, se não enxergar pensamentos positivos, sol, pessoas e planos de um jeito que agrade mais, acho que buscarei um velhinho, barrigudo, barbas longas e brancas, roupas vermelhas. Ele traz um saco cheio de presentes, todos distribuídos em uma só noite. Talvez tenha tudo isso que quero. Nunca acreditei em Papai Noel... mas quem sabe não passe pela minha varanda. Ficarei observando. Espere também.


Queridos leitores, obrigado pela companhia. Como esse provavelmente é o último post do ano, desejo bons ventos à todos em 2011.

Até a próxima.

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Não mais, talvez

Oi poucos e queridos leitores. Bom dia, boa tarde ou boa noite. Um pouco de vento hoje não faz mal algum.. sintam.

Domingo. Depois do almoço. Dona Jussara vai até sua cômoda de madeira, antiga, uma herança materna, e de lá volta para a cama com uma caixa cheia de detalhes azuis e rosa. Na cama estão seu casal de filhos, três netos, uma irmã e uma sobrinha. A caixa é aberta e lá está o passado de volta. César, o filho, ri ao lembrar da irmã com um vestido horrível na escola. Esta, Luíza, sente vergonha por ter feito aquilo um dia. Um tempo depois e as lágrimas estão nos olhos de dona Jussara. Pedro, seu sempre companheiro, outrora tão bonito e forte no aniversário de uma das crianças, já não mais está ali para segurar sua mão. César usa a sua e a coloca junto à da mãe. Com o mesmo olhar do pai, ele também mostra a saudade. Guilherme, um dos netos, pergunta quem era ele.
Aquela caixa de fotografias traz de volta tudo que PARECE não mais existir em lugar algum. São apenas papéis, alguns coloridos, outros ainda em preto e branco, mas que tem o poder de relembrar emoções...

Não sei se em todos os lugares é assim, mas acho que em muitas casas sim. No canto de um guarda-roupas, em uma gaveta da cômoda antiga, na estante da sala, não interessa, em algum lugar não muito visível as lembranças estão escondidas. O primeiro dia de aula, o primeiro aniversário, o casamento, o neto que nasceu, o batizado, o almoço de Natal, a viagem com a família... A turma de tios sem camisa no churrasco, a avó com suas filhas em uma mesa, caretas, olhos fechados, momentos estranhos clicados. Foto desfocadas, fotos onde a metade dela não existe, foto com metade da cabeça de uma pessoa... tudo isso está dentro dessas caixas que, acredito, quase todos tem ou já viram alguma vez.

Feliz a minha geração que ainda consegue viver isso. Triste, uma das últimas. Pensava nisso dias atrás. Hoje todos tem máquinas digitais, hoje a primeira foto que o pai tira do filho é pela câmera do celular. Onde elas ficarão guardadas? Onde vai estar a emoção de 30 anos depois mostrar aquela foto, ter o cantinho da "caixa histórica"? Desculpem, mas não encontro. Podem me dizer tudo aquilo... que disseram que o rádio acabaria após a tv e não acabou, que o jornal acabaria com a internet e também não acabou... sim, sei disso, mas com as fotos.. não sou tão otimista assim.

Não confio muito que computadores guardarão minhas fotos até que eu vire um velho rabugento. Ou melhor, até que eu fique mais velho e muito mais rabugento. Tenho medo, confesso. Medo de perder o sabor da emoção de olhar uma foto e lembrar de tudo que aconteceu ali. Medo de não mostrar para os que chegarão ao mundo como isso é gostoso.

"e o que vai ficar na fotografia são os laços invísíveis que havia". Sã esses laços que sempre vejo nas fotos das minhas primeiras séries escolares. Vejo sempre minha cara de choro, minha falta de vontade de dançar na festa das mães, minha festa do livro. Tudo me faz lembrar coisas que possivelmente não lembraria se não as visse. No meu primeiro aniversário eu estive apenas marcando presença, de nada consigo me lembrar 19 anos depois, mas com as fotos sei que a minha família esteve toda lá, lembro da roupa vermelha que minha mãe usou, lembro perfeitamente do meu pai andando comigo. E, com a foto, lembro de estar dormindo no ombro gostoso do meu avô. Não saberia de nada do meu aniversário não fossem as tais fotos. Não lembraria do ombo que já não mais posso deitar. Vergonha do meu cabelo na foto da escola, saudade de um ombro. Os amigos da escola não sei por onde anda maior parte. O ombro já não posos mais usar. Mas olhando ali, sempre vou saber que estão dentro de mim.

Os laços invisíveis estão se tornando ainda mais invisíveis. Tenho medo de não ter uma caixa. Aliás, se eu tiver, um dia, será menor que a da minha mãe. O ritual de olhar e sentir, será mais rápido.

Não confio nos computadores, mas se não tiver jeito, vamos tomar cuidado com eles para que dentro de 60 anos possamos usar nosso pen drive, com detalhes azuis e rosa, levar o notebook à cama e recordar com quem não viveu.


Abraços, bons ventos.

domingo, 22 de agosto de 2010

Barreiras, barões e esbarrões

Olá.
Duas notícias do início do mês, as duas do site G1.


09/08/2010
"Adolescente é morto após discutir com homem dentro de ônibus no Rio
Ao entrar no ônibus, o adolescente esbarrou em uma mulher que estava com um bebê. Ela reclamou e um passageiro que viu a cena começou a xingar Michael. Os dois discutiram por alguns minutos
."


10/08/2010
"Motorista mata homem e fere filho da vítima após batida no trânsito
Para desviar de um buraco, Airton Fernandes dos Santos entrou na pista contrária e esbarrou no retrovisor de outro motorista, que passou a perseguir a família, disparando vários tiros
."

No primeiro caso, Michel tinha conseguido o primeiro emprego, emprego de distribuidor de panfletos, tinha 16 anos, estava correndo pra entrar no ônibus junto com a namorada. Isso aconteceu no dia dos pais. Na entrada do ônibus houve o esbarrão.

No segundo, Airton estava com a esposa e os filhos no carro, quando, em uma estrada de terra, foi desviar de um buraco. Airton era um pai todos os dias. Desviando do buraco houve o esbarrão.

Oi amigos leitores, companheiros blogueiros. Mais uma vez fiquei um bom tempo sem escrever, mas a Tamiris não deixou o vento parar. Comentei com a Marina dia desses que queria escrever sobre uma dessas notícias. Acho que demorei a vir aqui escrever porque... bom, porque é tão impressionante, tão surreal, que.. não sei, as palavras somem. Bem, permitam-me recomeçar o texto...


Olá.
Duas coisas aconteceram perto de mim no início do mês.

09/08/2010
Vocês não vão acreditar, mas eu estava entrando no ônibus, devia ser por volta de meio dia, e estava lendo uma revista. Eu lá, subindo a escada do ônibus, prestando atenção na revista, sem querer esbarrei numa pessoa que estava na minha frente e vi que ela estava com a mesma revista que eu.. coincidência. Rapidamente me desculpei, a pessoa olhou a revista, ainda brincou dizendo "você tem bom gosto". Achei interessante esbarrar justamente numa pessoa que tem o mesmo gosto de leitura...

10/08/2010
Estava com meu pai, minha mãe e meus irmãos dentro do carro, quase chegando em casa, quando, na curva para virar e entrar pelo portão, um rapaz de bicicleta vinha entregando panfletos e esbarrou no retrovisor do carro. Ele pediu desculpas e logo seguiu seu caminho. Ainda colocou um panfleto pra dentro do carro. Parece que o folheto fazia propaganda de algum político que, entre outras coisas, queria arrumar todas as ruas, acabar com buracos.

Oi amigos leitores, companheiros blogueiros. Mais uma vez fiquei um bom tempo sem escrever, mas... mas...

Desculpem, esbarrei agora em um dilema ético. Não consigo fingir que tudo é perfeito e verdade. Eu não entrei em ônibus algum no dia 9 nem esbarraram no carro do meu pai no dia 10. Eu inventei. Queria ter inventando as primeiras notícias, mas não, elas são verdadeiras... o que parece piada, é verdade. E o que parece verdade, é piada, mentira.

Esbarrar é uma palavra que sempre traz junto dela um pedido de desculpas. Esbarrar traz junto dela uma falta de intenção. Pode ser que não exista um pedido de desculpa, mas ele existe ali escondido. Quantas vezes não esbarramos em pessoas na rua? Sinceramente, eu não gosto muito que esbarrem em mim, cotoveladas, etc... tem tanta calçada pra andar, por que logo pra cima de mim? Tente desviar.. Mas ok, não é o maior dos problemas. Existem milhares de pessoas andando ao mesmo tempo que eu, claro que uma hora alguém tem que esbarrar em alguém. Sinceramente, parte dois, isso é motivo para matar? 'Motivo para matar' parece que é nome de filme... talvez nem nesses filmes matem por esbarrar em retrovisores. Se esbarrões matassem, eu seria um assassino em série e já teria morrido várias vezes.

As notícias ficam mais absurdas a cada dia que passa. Bom, não é de estranhar, já que as pessoas ficam mais absurdas a cada dia que passa.

Uma das vítimas era um pai. Todos os dias, pai de cinco filhos. A outra vítima era um filho, morreu no dia dos pais e seu pai, nas entrevistas, inconsolável e buscando por justiça. Filhos sem pai e um pai sem filho. Tudo por esbarrões que aconteceram.

Fico imaginando... o vilão do ônibus nunca esbarrou em ninguém? Até mesmo um olhar que tenha se esbarrado a outro olhar e o coração bateu forte.. coração? Bom, acho que não, coração não funciona bem nesse caso, é visível... e o outro, do esbarrão no retrovisor... tirando a carteira de motorista, será que não esbarrou em nenhum cone? Sinto que se continuar escrevendo vou me perder, posso acabar esbarrando em temas que não caberão aqui...

Cuidado ao esbarrar em alguém, os seres humanos do futuro trarão essa inscrição no manual de intruções.


Amigos leitores, até a próxima.
Bons ventos.

E se quiserem um espaço para respirar, longe da multidão, venham até a varanda. E, na fila, podem se esbarrar, aqui é permitido.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Estações da vida!

Há quem compare a vida com uma estação de trem. Sempre que leio sobre isso me surpreendo porque de fato podemos comparar sem equívocos.
Pessoas, lugares, momentos, tudo passa pela gente diariamente. Rápido! Muito rápido.

Há quem marque, há quem passe, há quem ainda passará. Eu espero muito por essas pessoas que ainda passarão, tenho muita curiosidade pra saber o que de fato o futuro me reserva.
Quantos rostos eu verei ainda, quantas pessoas irão me aconselhar, quantos irão brigar e me amar. Não vivo esperando o futuro, mas a curiosidade é grande.

O tempo voa! Os trens não são mais a vapor, são a bala =O. Ontem foi a final da Copa do Brasil, hoje da Libertadores, eu não vi jogo nenhum, pra mim era o inicio da competição, já é a final. Quando foi que desliguei a TV? Porque perdi todo o campeonato? NÃO SEI, pode ser louco, mas eu simplesmente não sei.

Ontem o assunto era o fracasso do Brasil na Copa, hoje a seleção é idolatrada aos comandos de Mano Menezes porque o hexa virá, em 2014.
Eleições em Novembro parecia ontem que o Cabral estava tomando posse. Me lembrei do Lula chorando quando ganhou a eleição de 2002 e depois a de 2006.
Eu parei no tempo ou ele que anda rapidinho demais? A resposta mais uma vez é: NÃO SEI!

As pessoas chegam e vão, umas deixam e outras nos tiram algo. Se parece ou não com uma estação de trem? Fico imaginando o guarda volumes de uma estação de trem, de uma rodoviária... deve ter cada história. Cada coisa bacana e macabra ao mesmo tempo.
Na minha estação muita gente passou, muita gente ficou e muitos permanecerão. Nela perdi de vista pessoas importantíssimas, deixei outras tantas pegarem o trem e nunca mais vi. Despachei gente chata no trem das onze junto com os demônios da garoa, mas também me juntei com Caetano e criei um trem das cores, colorido, lindo.

Reflexões, reflexões... rs

E pra terminar, Cazuza:

"Vida louca, vida, vida breve. Já que não posso te levar, quero que você me leve..."

Bons Ventos!

(Tamiris_Santana)

terça-feira, 3 de agosto de 2010

Por Martha Medeiros

Fiquei sabendo que um poeta mineiro que eu não conhecia, chamado Emilio Moura, teria completado 100 anos neste mês de agosto, caso vivo fosse. Era amigo de outro grande poeta, Drummond. Chegaram a mim alguns versos dele, e um em especial me chamou a atenção: "Viver não dói. O que dói é a vida que não se vive".

Definitivo, como tudo o que é simples. Nossa dor não advém das coisas vividas, mas das coisas que foram sonhadas e não se cumpriram.

Por que sofremos tanto por amor? O certo seria a gente não sofrer, apenas agradecer por termos conhecido uma pessoa tão bacana, que gerou em nós um sentimento intenso e que nos fez companhia por um tempo razoável, um tempo feliz. Sofremos por quê?

Porque automaticamente esquecemos o que foi desfrutado e passamos a sofrer pelas nossas projeções irrealizadas, por todas as cidades que gostaríamos de ter conhecido ao lado do nosso amor e não conhecemos, por todos os filhos que gostaríamos de ter tido junto e não tivemos, por todos os shows e livros e silêncios que gostaríamos de ter compartilhado, e não compartilhamos. Por todos os beijos cancelados, pela eternidade interrompida.

Sofremos não porque nosso trabalho é desgastante e paga pouco, mas por todas as horas livres que deixamos de ter para ir ao cinema, para conversar com um amigo, para nadar, para namorar. Sofremos não porque nossa mãe é impaciente conosco, mas por todos os momentos em que poderíamos estar confidenciando a ela nossas mais profundas angústias se ela estivesse interessada em nos compreender. Sofremos não porque nosso time perdeu, mas pela euforia sufocada. Sofremos não porque envelhecemos, mas porque o futuro está sendo confiscado de nós, impedindo assim que mil aventuras nos aconteçam, todas aquelas com as quais sonhamos e nunca chegamos a experimentar.

Como aliviar a dor do que não foi vivido? A resposta é simples como um verso: se iludindo menos e vivendo mais.

Martha Medeiros!


*Não é plágio gente rs!
Eu amo a Martha, achei bacana dividir com vocês um texto como esse.

Boa semana pra todos, aproveitem cada linha desse texto, ela é um "monstro" escrevendo.

domingo, 25 de julho de 2010

E ai?

Se alguém parasse na rua e fizesse para cada um que passasse, a seguinte pergunta: "E AI?" e se por acaso fosse você uma dessas pessoas. O que responderia?

O livre arbítrio vai até onde? Até onde as restrições começam ou acabam?
Já pararam pra perceber que a gente só questiona quando doi no nosso calo ou quando estamos longe da pessoa a ser "atingida"? Se fossemos liberados pra falar o que quiséssemos, falaríamos o que?
Fico imaginando que seriam tantas coisas que mandaríamos beijos pra mamãe, cobraríamos o vizinho ou iríamos dizer pro namorado (a) o quanto o amamos. Né? O que realmente deveríamos não sairia, por mais que estivesse ali, na ponta da língua.
Comecei pensar nisso depois que vi uma reportagem exatamente assim, o microfone estava aberto, no entanto, ouvi muitos beijos, muitas declarações e nada de direitos humanos ou até mesmo reivindicações pessoais importantes.
Por que precisamos falar a público que amamos nossos pais? Os interessados são eles, é gostoso falar pra eles. Ao namorado, idem. Ao mundo não interessa, ninguém quer saber, ta todo mundo correndo pra pegar o ônibus, pra comer no bobs porque a hora de almoço é pequena, ta todo mundo girando em uma velocidade infinitamente mais rápida que a do mundo, a gente não vê passar, a gente vê voar.
MC Creu foi tão questionado, mas ele tinha um pouco de razão, a velocidade é CINCO!
Se girássemos lentamente, na velocidade um, que graça teria? Haveria graça? Se usássemos esse microfone aberto pra falar mal de um político, solucionaria? O que é certo?
O beijinho ou a cobrança?
E aí? O que você me diz? O que você gritaria?
Eu acho que mandaria um recado pro Fred:
IRMÃO, NÃO SUMA MAIS DAQUI!
E com isso seria mais uma a esquecer os problemas sociais e lembrar dos amigos, familiares e afins, afinal de contas, eu sou só mais uma mesmo...

Bons ventos!


(Tamiris_Santana)

quarta-feira, 21 de julho de 2010

Pequena fala

O que o mundo vai dizer quando o amor vencer?
Escutei essa pergunta em uma música. E logo comecei a imaginar. Uns dirão "Eu já sabia", outros dirão "Até que enfim"... alguns ousarão dizer "Merda, perdi..".. Outros levantarão cartazes com dizeres "A paz venceu!" , "Só o amor salva" e "Filma eu Galvão". O que o mundo vai dizer? O mundo sempre tem coisas a dizer, é incrível.

Um boato corre pelo bairro dando conta que Dona Fulana morreu naquela manhã. Logo as bocas pronunciam "Coitada da Dona Fulana, passou por aqui ainda bem ontem mesmo"... e outro "Dona Fulana já estava mesmo meio adoentada"... ainda há quem diga "Dona Fulana foi e nem pagou a rifa da bicicleta, velha desgraçada". O mundo sempre tem coisas a dizer, é incrível.

Coloquei aparelho nos dentes e o dentista disse que eu precisava tirar 4 dentes. Tirei. Ele disse que eu precisava tirar. Houve quem dissesse que não deveria tirar, eles irão me fazer falta no futuro. Disseram que iria doer. Disseram que não iria doer. Bem, extraí. O mundo sempre tem coisas a dizer, incrível.

No ônibus é assim também. [Em homenagem ao Gomelli, que no último comentário disse que eu devia estar num ônibus buscando inspiração..rs]. No ônibus, gente que nunca se viu faz suposições das mais absurdas e alguns dos ouvintes a tratam como a verdade absoluta. Se passa perto de uma obra e uma pessoa diz que é para conter problemas da enchente, o outro acredita, ainda que a obra seja para construção de uma praça.

Tudo isso pra chegar aqui. Acho que o mundo está falando demais e sabendo 'de menos'. Conseguem falar tão bem do final da novela mas só conseguem falar que político é ladrão e não conhecem metade dos candidatos à presidência. Falam tanto sobre futebol, acham culpados pela perda da seleção mas só dizem que o salário é uma porcaria, não tentam aprender e crescer. Falam, falam, falam. O mundo sempre tem coisas a dizer, incrível. Pena que às vezes o mundo sempre tem coisas a saber e não querem.

Ah, se soubéssemos de tudo que falamos... se falássemos de tud0 que sabemos. Mentimos e omitimos. Ainda que por boas causas, somos assim. Uns mais, outros menos. O que eu direi quando o amor vencer? Não quero parecer cruel, mas acho que não terei mais nada a dizer. Muita coisa que já disse aqui até hoje tem a ver com o amor, com o bem, com a nossa capacidade de sermos bons e as más escolhas... quando o amor vencer ficarei bem, mas minhas palavras... bem, não sei.. acho que terei que pensar muito antes de falar..

Lição de casa? Ouvir, aprender, aprender a ouvir, aprender a ver tudo e ter uma opinião certa, ainda que para você. Não vá com os outros. Peraí, quem sou eu pra dar conselhos? Ah, o mundo sempre tem coisas a dizer...

Bons ventos.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Conclusão do dia:

Deus era um desenhista.

Veja bem! Já pararam pra reparar que a maioria das coisas parte de um desenho? Um carro começa no papel, depois de algum tempo, aparece carregando corpos por aí. Prédios só são erguidos porque arquitetos e engenheiros desenham e colocam de pé cada pá de cimento.

Sendo assim, chego a conclusão que somos ou fomos um desenho.

Mônica, Cebolinha, Michey e Miney também eram desenhos, hoje andam e falam com as crianças do mundo.

Há de se confessar que alguns desenhos foram borrados, essa é a explicação para tanta diversidade no mundo. Alguns desenhos não foram terminados, uns ficaram só na sombra, outros tantos ficaram com muita cor. A explicação da nossa existência vem de um papel aos olhos de uma menina de 20 anos que nada entende da vida.

Viu como tudo pode ser fácil?

Big bang, teoria da criação, da evolução... Balela escute a Tamiris, somos desenhos e querem saber? Tenho certeza que somos refeitos a cada dia, incluindo coisas e retirando outras.

Que desenho é você? Pense nisso.

Eu com certeza fui feita em algum momento de reflexão e quando Deus desenhou meu cérebro ele deve ter esquecido alguma coisa importante, se tivesse feito tudo certinho, certamente não estaria aqui falando tanta bobagem (ou não). rs

Obs. A versão do Armandinho, vocês esquecem, tá? Além de chata, não tem concordância nenhuma.

Desenhos, boa noite! Ótimo final de semana.

Curtam a brisa...

(Tamiris_Santana)

terça-feira, 13 de julho de 2010

Inacreditável "show" da vida


Não farei do nosso blog querido uma central de notícias do dia a dia, porém, peço licença para postar aqui uma humilde opinião sobre o "Caso Bruno".

A opinião não virá seguida de criticas e regada de lições. Somente um alerta!

Pessoas do bem. Mães e pais de familia, adolescentes engajados em boas causas e crianças que só querem da vida um espaço no mundo, ainda que hoje, estejam brincando de boneca e castelos de areia;
Vamos cuidar das nossas crianças, o futuro virá cheio de Brunos, Mércias e Elizas. Ninguém quer isso, chega de ver a TV falando de brutalidade, de atos desumanos causados por humanos. Isso é contraditório. Isso é triste!

Não quero que meu filho cresça em um mundo sujo assim, creio que você também não. Base familiar, educação, conceitos de respeito e bondade para com os outros, isso aqui não é politicagem, é vida. É uma possibilidade de "salvação". É a única e mais real, na verdade!
Não são só assassinatos não! A gente agride o que simplesmente não pode ter reação, nosso meio ambiente ta acabando. Animais grandes, pequenos, indefesos ou não estão sumindo, evaporando como a água do arroz de todos os dias nas nossas mesas. Água essa que ta secando. Arroz esse que fica cada vez mais caro. Vapor esse que não aquece mais nada. Cada dia mais frio.
A mundança depende de nós, somos nós que vivemos aqui. Fechar a janela não adianta, parar o mundo muito menos. O jeito é trazer pra si, tratar como pessoal e principalmente fazer ao invés de falar. O mundo gira, lembram do post anterior? O tempo passa e nem sempre ele é amigo. Não somos plateia sempre, precisamos ser atração também. Quem está na plateia não vive o show. Ninguém precisa viver na calmaria somente, isso não significa "vida mansa". Todo mundo precisa de um ponto de ebulição. Todo mundo precisa explodir pra se recompor. O que falta em nós é a coragem dos que ja lutaram por algo nessa vida. Vamos gente, seja de cara pintada, seja desafiando sozinho um exército, seja culpando o país vizinho, MAS SEJA! A hora é essa, juntos dá, juntos conseguimos.

Atenção e vontade. É só o que precisamos!
Bons ventos, boa semana a todos.

[LUTO] (mediante a tantas desgraças)

(Tamiris_Santana)

terça-feira, 6 de julho de 2010

O mundo gira!

Já pararam pra imaginar isso? O mundo girando?
Não? Vamos dar uma volta então...

Já pararam pra pensar quantas vezes vocês choraram por amor, acharam que iam morrer e não morreram? Quantas vezes sentiram vontade de matar alguém e depois pensou que isso é pecado? Quantas vezes erraram o ônibus, desceram, xingaram todo mundo e depois riu? Quantas e quantas vezes exclamaram: Quem inventou a matemática, não tinha mãe mas sempre que acertavam uma equação, falavam, eu sou foda?

Pois é, MUITAS, muitas mesmos! Seres humanos repetitivos, chatos? Não, apenas, seres vivos.
Pare pra pensar em suas metas de vida e quantas vezes ela se modificou.

Eu já quis ser dentista, psicóloga e turismóloga. Ano que vem me formo em Jornalismo! Lembrando do filme: "Meu nome não é Jhoni", me veio uma frase. Eu já quis juntar um milhão de dólares e no dia seguinte, a vontade era de torrar um milhão de dólares.
Vai entender, ou melhor, não faça isso. Não da pra entender o incompreensível. O que podemos é especular! Isso dá, por isso estou aqui. Especulando.
Crie motivos pra girar, procure sempre comemorar as coisas boas, chore, grite, sorria mas gire, gire...

O que nos resta é viver, intensamente. Nada de parar com o mundo girando em, run! Gire também, gire bastante, quando for preciso pare, mas sempre gire. Movimente-se!

Só vim pra passar mesmo e girar um pouco com vocês.
Boa semana a todos vocês!
Bons ventos.

Ps: Feliz 1 ano Varanda! Faço minhas as palavras do Fred, obrigada aos poucos e bons que se sentam aqui conosco.

(Tamiris_Santana)

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Duração do vento: 1 ano

Queridos leitores, amigos, blogueiros, companheiros, inspirações, hoje o Vento na Varanda completa seu primeiro aniversário. No dia 5 de julho do ano passado aqui estava eu colocando a primeira postagem do blog. Éramos 5. Teoricamente ainda somos, mas parece que apenas dois de nós continuamos lotando a cabeça de vocês com palavras e mais palavras... Abaixo, o post inicial do blog, o primeiro ventinho leve a ser soprado...


"Na varanda é assim...
Na varanda bate um vento... nas nossas mentes distraídas umas idéias chegam.O vento podia levar pra bem longe. O vento pode levar pra bem longe...

Estamos aqui na varanda. Podem chegar senhoras e senhores, moças e rapazes, meninos e meninas. Assitam o mundo e ao mundo.Um movimento constante. Movimento sem fim. Da varanda enxergamos tudo isso. E enxergamos diferente, tenha certeza.Nossa varanda, nossa janela, nossos olhos. De pé ou na cadeira de balanço estamos aqui na varanda.
Aproxime-se, toque a campanhia, bata palmas, grite por cima do muro. Depois pode entrar pra tomar um café..."


A ideia foi exatamente essa. Nós, 5 humildes aprendizes de jornalismo, colocarmos aqui nossos textos, criar, pensar e fazer pensar. Melhorar cada vez mais. Não sei se estamos conseguindo, mas tentamos e continuaremos. O convite continua feito, podem chegar aqui na varanda, aproveitar a brisa, dividir ideias, nos ajudar a fazer um vento que não acabe.

Agradeço aos amigos de blog(inclusive aos sumidos..rs); aos leitores e blogueiros que sempre passam por aqui, aos que deixam comentários ou não. Marina, Mr. Gomelli, Letícia, Fabrício, obrigado pelos comentários, pelo incentivo e inspiração. Por mim, agradeço aos passageiros dos ônibus também, que muito me ajudam a escrever algumas coisas...rs.

Assim como o tempo não para, o vento também não para.
Bons ventos. E obrigado a todos vocês.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

O Brasil tá fora!


E agora nação?

Nota-se na cara de cada brasileiro no dia de hoje a tristeza da eliminação, o hexa mais uma vez passou por nós. Já somos "bi-sem.hexa" (neologismo), afinal de contas, na copa passada, o hexa também ERA pra ser nosso. A Holanda será sempre lembrada no Brasil, à seleção que nos tirou da tormenta das vuvuzelas e da felicidade de se tornar seis vezes campeões do mundo.

Como brasileira e apaixonada por esse país, a tristeza também me consome nesse momento, mesmo sabendo que o time não estava bem na competição, porém, a tristeza não me proíbe de olhar os dois lados da moeda. Por isso, me coloco a pensar!

Brasileiros tristes pela eliminação ou pela perca da boa vida dos pontos facultativos e saídas mais cedo do trabalho? Lamentos, choros e ao final: Estava contando com o “feriado” de terça-feira. Brasil patriota ou Brasil “sem vergonha”?
Patriotismo forçado! Somos brasileiros, trabalhadores, ou seja, todo feriado é bem vindo, com isso, a conclusão é que a copa do mundo é juntar o útil ao agradavel.
Imaginem em 2014? A copa aqui. Meu Deus, o país vai parar, LITERALMENTE.

Enquanto 2014 não chega, o país não para. A segunda feria virá e amanhã ainda é sábado! Bom trabalho a todos, boa recuperação dos jogos e em 2014 que o hexa finalmente venha.

Ah, um recado: Maradona, rs! (Nem preciso escrever o resto né) rsrs!

Vida que segue!

_________________________________________

Bom, mudando um pouquinho de assunto!

Vamos falar de amor, rsrs! Uma dica.

Amigos da varanda, cuidem do que lhes é dado, percebam quando algo de bom acontece em suas vidas e saibam aproveitar. Pessoas, palavras, olhares! Tudo tem um porque, tudo tem um sentido. Saibam identificar esses presentes!

Vim aqui justamente agradecer pelo meu, que essa felicidade não passe. Nem pra mim e nem pra você.

Pronto, Momento paixonite! Rs
(não fiquem diabéticos com tanto doce, ahaha)

Um beijo amigos;
Bons ventos.

terça-feira, 29 de junho de 2010

Deves enquanto...

Companheiros blogueiros, desculpem o atraso mas cheguei... ufa... o trânsito lá fora, incrível.

Li uma matéria no último domingo sobre um tal Rodrigo de Souza Leão, escritor e pintor esquizofrênico morto há quase um ano. Não o conhecia, suas obras, nem tinha ouvido seu nome, confesso. Deixou um livro quase pronto que será lançado agora, nos próximos dias. Achei interessante a matéria, o Rodrigo, sua história e suas obras, mas uma frase dele em especial: “Escrever é uma forma de falar sem ser interrompido”. Nunca tinha parado pra constatar isso. Ele fez. Em um de seus primeiros surtos, ele afirmou que um japonês com uma zarabatana implantou um chip em seu cérebro. Bem, talvez meu chip ainda esteja precisando de alguma atualização para que consiga observar coisas simples como essa. Enquanto isso, escreverei..

Escreverei e pegarei um pequeno trecho desse livro a ser lançado. O autor diz “Eu sofro. Sofro de um sopro de vida”. Quando criei o nome do blog, logo pensei nas duas frases que estão logo abaixo dele, não sei se já repararam. Esses ventos que movem o mundo real, que vem lá de fora aqui pra varanda, podem ser transformados com um vento que sai da varanda e vai lá pra fora. Não creio que tudo deva estar e ser como o vento real manda, ordena. De vez em quando é necessário usarmos o nosso sopro de vida, que muitas vezes nos faz sofrer e outras tantas nos traz alegria, para impulsionar o vento grande. De vez em quando. Era aí que estava querendo chegar desde que li um comentário da Letícia Iambasso no texto anterior, quando ela usou a expressão...

Nem sempre, nem nunca. De vez em quando. Nem hoje, nem amanhã. De vez em quando. Você bebe? De vez em quando. Você ainda pensa nela? De vez em quando. Atualiza o blog?[serve pra Letícia e pra mim, só pra constar] De vez em quando. Assiste futebol? Viaja? Dorme? Discute? Lê? Reza? Vota? Arrota? Acredita? Colhe morangos do nordeste? Toca vuvuzelas? Vive? De vez em quando... Quem nunca usou essa resposta? Peraí.. você já usou? Ah sim.. de vez em quando.. entendo.

De vez em quando seria de dois em dois dias? Quinzenalmente? Mensalmente? De vez em quando é vago... é tempo indefinido. Em alguns casos, é resposta final para conversa. Se diz que bebe sempre, alguém dirá que tem que parar. Se nunca bebe, precisa começar. Mas se bebe de vez em quando, tudo bem... Se viaja sempre, precisa diminuir o ritmo. Se viaja pouco, precisa curtir mais a vida. Se viaja de vez em quando, tudo bem... Parece então que viver de vez em quando é o ideal. Alguém arrisca? É simples... A receita para viver de vez em quando deve ser a seguinte:

Respirar de hora em hora. Amar alguém a cada seis meses. Odiar alguém a cada dois meses. Ter emoções algumas vezes. Cantar alto, mesmo desafinado, só no primeiro domingo de junho. Viver de vez em quando é escolher a melhor data para ser feliz. É abraçar quem te faz bem apenas nos dias 13 de cada mês. É só chorar quando tiver chuva. É só rir quando for primavera. É marcar tempo pra tudo acontecer. Viver de vez em quando, quando der vontade, quando puder, quando sobrar um tempinho. Leitores, esqueçam isso... não vivam de vez em quando, vivam sempre. Ou nunca. Mas de vez em quando?

Permitam-me usar a expressão. De vez em quando eu dou gargalhadas, de vez em quando tenho vontade de chorar, de vez em quando eu canto, de vez em quando eu paro de roer unhas. Mas sempre vivo. Vivo sem esperar viver de vez em quando. Vivo sempre. As emoções surgem de repente, as situações aparecem do nada. Se estiver esperando por elas de vez em quando, pode ser que não esteja preparado.

O vento não bate de vez em quando na varanda. O vento está sempre por aqui. Sempre um sopro de realidade, um sopro na realidade. Um sopro de vida. Ventos fortes, renovados, trazem de tudo um pouco. Mas trazem. Mas se movem. Mas movem. Vivem. Um vendaval dentro de todos nós sempre, seria esse o ideal... o meu ideal. E que seu vento chegue até mim. E que nosso vento chegue até você. Sempre.

Ah, de vez em quando tem copa do mundo de futebol e eleições logo depois. De vez em quando o Brasil ganha. Falo do futebol.


Abraços. Bons ventos.


E vou deixar três links para textos que escrevi enquanto não postava na varanda. Estão no Jornal da Comunidade, “linkado” nos favoritos.
http://jornaldacomunidade.blogspot.com/2010/02/coisas-de-momento.html
http://jornaldacomunidade.blogspot.com/2010/04/coisas-de-momento.html
http://jornaldacomunidade.blogspot.com/2010/05/coisas-de-momento.html

domingo, 27 de junho de 2010

Quando o fim tem começo!

Sabe um coração cheio de alegria? Pois é, está o meu!

A varanda é um espaço livre de qualquer preconceito, por isso, escrevemos de tudo um pouco aqui. As vezes "abandonamos" o blog, não é por querer. Todos nós trabalhamos e estudamos muito, peço perdão aos poucos e bons leitores deste espaço.
Obrigada pela paciência e principalmente pelo tempo que disponibilizam para vir aqui comentar nossos textos. PROMETO, que sempre passarei por aqui, com ou sem tempo, vou sempre dar um jeito, assim como nossos outros amigos. Não se preocupem, esse vento não irá passar..

Bom, vamos aos serviços rs!

Poetizando..

Manhã nublada, seguida de um dia um tanto quanto estranho, afinal de contas, o céu azul e o sol a pino, agrada bem mais. Porém, todo dia é dia. Todo dia é dia de sorrir, de chorar, cantar, se calar, pular e cair. Todo dia, de fato, é dia! Dia de tudo e dia de nada.

Hoje é dia amigos, dia de ser FELIZ, imensamente feliz.
Portanto, a partir de hoje, levaremos a felicidade como obrigação diária. Assim como escovar os dentes, dar beijinho de bom dia em quem a gente ama, ir trabalhar (¬¬ rs), encontrar a família no final da tarde e implicar com o cachorro do vizinho sempre que ele ta no portão atormentando nossas vidas. Tadinho do cachorro, ele nem sabe que atormenta mas sim, ele atormenta, aquele poddole chato! Enfim, deixa o Nick pra lá. rs

Se vocês soubessem o que/quem me deu inspiração pra vir falar de felicidade aqui, uma criança linda que completou um ano ontem, o amor incondicional da minha vida. Uma mulher linda, nossa, como linda ela é. Uns amigos perfeitos, minhas pilastras e até mesmo, o chato do cachorro que me acordou com um latido alto, extremamente irritante mas muito FELIZ pq quando olhei da janela, tava ele lá, brincando de pegar a bolinha que rolava por todo quintal..
Felicidade, minha gente, a fórmula é essa. Ver nas pessoas, nas coisas, a felicidade! Não tem mistério, não tem segredo, é sim uma questão de escolha. Só é feliz quem escolhe ser feliz. Não escolha ser triste pq isso é triste demais, não me deixe triste, escolhendo ser triste. Vamos todos ser felizes, MUITO felizes.

Bom, como diria o poeta, meu preferido Vinicius, em uma quase homenagem a nossa varanda rs:


"A felicidade é como a pluma
Que o vento vai levando pelo ar
Voa tão leve
Mas tem a vida breve
Precisa que haja vento sem parar..."

Vinicius de Moraes

Bons ventos a todos.
Que todos vocês, tenham felicidade suficiente para que eu nunca precise deseja-los.

Boa pescaria!

terça-feira, 20 de abril de 2010

Oi Varanda;

Véspera de feriadão, eu não sei colocar imagens aqui no blog, estou trabalhando ou deveria estar. Faz calor nessa cidade pacata em que vivo, as pessoas passando ali na rua e eu pensando em quantas histórias passam por nós todos os dia escondidas em membros, artérias, veias, sangue e bla bla bla...

Uma senhora entrou aqui hoje para perguntar sobre aposentadoria. Isso foi a única coisa que ela não perguntou.
Começou falar de sua filha, falecida a dois anos em um acidente de moto. Chorou, se desesperou, se indignou e foi embora.
Não a conheço, nunca a vi, mas percebi que naquele momento eu era o que ela tinha, talvez tenha visto em mim, a menina de 20 anos que a deixou tão cedo.

Agora no twitter, acontece um "barraco", Bruno Mazzeo, filho do nosso querido Chico, disse: Luan Santana é vesgo! Foi o suficiente para milhares de fãs de Luan Santana "cairem de pau" em cima do humorista. O humorista então, começou retrucar e desde ontem não se fala em outra coisa no twitter.
Marcius Melhem ao invés de ajudar, disse: Se eu dissesse que não é o Luan que é vesgo e sim os seus fãs que são surdos, o que aconteceria? Aconteceria não, aconteceu!
Os mesmos fãs se revoltaram contra ele também.
Pessoas que nunca trocaram um "oi" com o "Meteoro da Paixão" o defendem como se fosse um irmão. Um compadre, como diria meu pai.

Coloquei os dois casos pra percebermos que as pessoas se envolvem com os problemas dos outros, uns mais sérios, outros nem tanto. Afinal de contas, chamar alguém de vesgo é uma ofensa tão grande assim? Ou ofensa é uma mãe perder a filha por demora no socorro? Não há comparação mas há sentido.
As vezes vemos no problema do outro, um problema nosso que desconheciamos.
Aprender assim é tão bom!
Fiquei imaginando minha mãe no lugar dela e eu gostaria muito que alguém desse colo pra ela. Foi o que eu fiz. Junto com a minha chefe, rs! (os amigos de blog entenderão o riso. rsrs), ajudamos e acalentamos essa pobre criatura que hoje se diz caminhar sozinha.

O Brasil é um país tão grande, cheio de coisas maravilhosas, tem que haver esperança também. Vai melhorar, precisa melhorar!

Aprendi ontem que só conhecemos o outro quando nos conhecemos, e que somos incebergs, o que está por fora é infinitamente menor do que temos dentro de nós. Pratiquei hoje o ato da doação, e como é bom ver alguém sorrindo pra você pelo simples fato de estar ali.
Já que a vida é um self service, comecemos hoje nos servir de coisas boas, coisas produtivas.
A vida ta aí e até que nos provem o contrário, é uma só!

Bom apetite e aos parceiros de blog, boa pescaria.
Bons ventos a todos!

quarta-feira, 3 de março de 2010

Perto da janela

Dizem que o ano começa depois do carnaval, não sei se é a realidade mas aproveito a deixa como desculpa para a falta de postagens. Penso que não seja a verdade, desde a última vez que escrevi aqui, quase nas últimas horas do último ano, muitas coisas aconteceram. Pouco tempo depois a chuva caiu e com ela alguns morros que destruiram uma ilha em Angra, aconteceram terremotos, começou mais um big brother, terminou A Fazenda, uns tais Solitários começaram e terminaram... e ainda teve tempo do carnaval existir no meio de tudo isso... Parece que entre os shows da realidade, foi a realidade que deu um show nesse recesso de início de ano prolongado. Sabem aquela de "só o tempo vai calar a minha dor"? Não tenho dor nenhuma, mas amigos, qual dor se calará primeiro? A das famílias destruídas ou do perdedor da prova do líder? Ah, não vim falar sobre isso... Oh, falando em calar a dor, já ia esquecendo... começaram nesse tempo também os campeonatos de futebol..
Na verdade, antes deste post já tentei algumas vezes escrever, mas perdia a ideia e já era... Mas como o ônibus é a minha sina e se acreditasse em outras vidas começaria a pensar na possibilidade de ter sido motorista no passado, foi uma notícia que vi hoje que me trouxe aqui. Contava que um homem foi assassinado por negar um pedido de outro. O pedido? Fechar a janela do ônibus pois estava ventando frio... O moço da janela se recusou a fechar e por esse motivo perdeu a vida.

Músicas, televisão e ônibus. Cheguei à conclusão que são esses três elementos que me fazem escrever mais. Na verdade, são o que eles trazem. É uma pena saber que não posso apenas escrever sobre "eu sei que vou te amar, por toda a minha vida eu vou te amar", sobre entrevistas do Roda Viva e sobre as pessoas que falam coisas engraçadas perto de mim enquanto vou de um lugar ao outro... é uma pena que às vezes exista necessidade de citar um "vou te comer, vou te comer, vou te comer", modinha do carnaval, citar uma entrevista que não acrescenta nada do superpop e citar as coisas não tão boas que acontecem dentro de um ônibus.

É assim dessa vez. Gente, a que ponto tudo chegou? A humanidade, a violência, a incapacidade de um diálogo, a falta de entendimento.. É um ponto que podemos começar a não querer o vento batendo na cara pois o moço do corredor está armado. É um ponto que o diálogo não mais existe. É um ponto que tentar convencer ou ainda compreender o motivo de uma janela aberta não faz a menor falta. É um ponto que o último ponto da sua vida pode ser um ponto de ônibus.

Uma das coisas que tentei escrever certo dia e não consegui terminar foi sobre a minha incrível dificuldade com finais que percebi dias atrás. Tenho dificuldade com o fim de um ciclo e o início de outro. Não sei se medo, receio, vontade de que aquele que está acontecendo não acabe.. não sei, mas tenho essa dificuldade com certos finais. Sim, tudo um dia chega ao fim e assim tem que ser para que a humanidade evolua.. para que nós consigamos evoluir. Se minha alfabetização um dia não tivesse chegado ao fim eu não chegaria ao último ano do ensino fundamental e não teria sofrido com o fim deste para chegar no ensino médio. Se o ensino médio não chegasse ao fim, não estaria hoje em um curso superior. Há necessidade dos finais para a evolução. Tenho dificuldade, mas é preciso! O que tem acontecido é que alguns finais não precisam existir para a humanindade evoluir. Toda regra tem uma excessão, certo? A gentileza não precisa ter fim, o entendimento não precisa ter fim, a compreensão não precisa ter fim... Aquela vida, penso eu, não devia ter fim naquele momento.

A novela terminou ontem com um título sugestivo: Poder Paralelo. Parece que é isso que tem valor e que não deve ter fim.. o poder. O poder do assassino está na arma, sem ela ele é tão "fraco" quanto a vítima. Um tinha o poder de abrir ou fechar a janela, o outro tinha o poder de pedir e tentar convencer. O primeiro pode abrir mas não pode fechar. O segundo preferiu mostrar que era mais forte. Depois disso, saiu e fugiu.

Quando sentar no lado da janela? Quando sentar no lado do corredor? Um medo novo pra nossa coleção: medo de fechar a janela ou deixar aberta quando alguém pedir. E ficar sem o vento? Ah não.. sem o vento não... o vento que chega tão bom aqui na varanda, que traz e leva as coisas.. o vento que ele sentiu no rosto pela última vez.

Que o vento não leve essa mesma ação quando alguém do corredor pedir um pão e o ser humano da janela não der; quando o da janela se recusar a emprestar o celular; quando pedir para ler uma frase e o outro não conseguir... Pode ser que ele se recuse a ler por ser analfabeto, mas os humanos fortes, aqueles do corredor, não ligam para isso.. é um detalhe... Enquanto isso os humanos da janela vão sofrendo, vão morrendo, estão sumindo...


Mas o vento está aqui, o vento esteve lá... Seria culpa do vento? Não, não... ele não escolheu onde ficar..

Abraços, bons ventos.