sexta-feira, 10 de julho de 2009

Nossas senhoras que ajudam

A foto pipocou em inúmeros jornais e sites por aí. Obama e Sarkozy em clássica cena de filme. Não um filme americano cheio de efeitos especiais nem um filme francês com belíssima fotografia.

Um filme ao melhor estilo Cidade de Deus, Tropa de Elite, Carandiru. Aproveito para mandar um abraço ao querido e saudoso Dadinho. Ou Zé Pequeno.

Seguindo. A foto mostra claramente olhares direcionados ao setor onde mulher melancia guarda sua pouca inteligência. Abunda!
Abundante foi a repercussão da imagem. O negão de tirar o chapéu norte americano não resistiu à beleza brasileira. Aliás, ao que tudo indica, a reunião do G8 serve exatamente para o amado Lula mostrar o que o Brasil tem de melhor e divulgar uma boa imagem do país ainda desconhecida lá fora: uma camisa da seleção de futebol de presente, uma brasileira chamando atenção pelas curvas e.. bem.. por enquanto nada de samba ou feijoada. Uma pena perder uma oportunidade dessa para Sarkozy conhecer o samba
e incentivar Carla Bruni a se lançar como sambista. Uma lástima.
Bem, a imagem voou e a confusão foi desfeita. Um veículo de comunicação divulgou um vídeo mostrando que Barack não tinha olhos voltados para a brasileira. O sucessor do odiado Bush apenas ajudava uma outra jovem senhora a descer os degraus... Viu? Nem tudo é como parece ser... Um um homem público jamais passaria por tal situação dita por bocas maldosas...

Parecer e ser são verbos diferentes, significados diferentes. Na prática acabam se tornando um só. O parecer acaba se confundindo com o ser. O ser se confunde com parecer.

Na verdade o ser se confunde sempre. Ser ou não ser, eis a questão. Eis a máxima. To be or not to be, para os filhos do Tio Sam.
A certeza está certa até onde? Até onde vai a certeza da direção de um olhar? Parecemos olhar para o olhar e não enxergar o que acontece do outro lado. Vimos uma parte e imaginamos o inteiro. A mágica da edição. Edição que fazemos até na correria do cotidiano. Escolho o que olhar. Qual parte do todo devo olhar para imaginar o inteiro. Imaginar e ter certeza de que é assim do jeito que penso... Um erro do país do samba, um erro meu, um erro só seu ou um erro do mundo? O mundo sem edições...

Acreditar no que vemos ou ver o que acreditamos?

Obama, um político importante, deve ser olhado de outro modo. Já o taxista paulista multado por usar touca para proteger do frio... é só isso: multa por usar touca. Só existe um lado real. O real é a multa... O real é escrever nomes de linhas de ônibus no braço de uma grávida... O real é uma menina de 13 anos ser assassinada com balas perdidas... O real é uma discussão em sala de aula causada pelo celular terminar em tragédia. Esses fatos sim são reais e sem cortes. Graves ou não tão graves... Acreditamos no que vemos não querendo acreditar no que vemos.

Não há chance de fazer outro corte e dar explicação para tudo isso de outro modo. Não havia uma senhora descendo as escadas nesses momentos para desviar o olhar. Não havia uma senhora. Não havia um bom censo. Não havia segurança pública. Não havia humanidade...

Havia um ângulo de salvação para o Obama. As escadas são feitas de forma diferente no mundo. As pessoas que passam também. Os momentos mudam igualmente. Senhoras não passam no momento certo. Senhoras esperam o clique ser feito e buscam a solução dias, meses, anos depois. Falo das escadas das realidades sem cortes.

São senhoras que fazem falta nos dias atuais.
Uma senhora para cada vida humana, para cada clique.
Apareçam senhoras. "Panelas velhas"...

Por falar em panela velha, senhora cozinheira da Casa Branca, use uma panela antiga pra dar o gosto especial à feijoada que seu chefe vai pedir. O resto do Brasil ele já conhece. Obama, meu caro, seu olhar não engana... mentir a tal ponto é coisa daqui.
Abraços Sarney.

Te vejo na varanda.

3 comentários:

  1. Hello to all!!
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    Ola a todos!!
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  2. Achei interessante até onde entendi seu raciocínio. Digo isso porque em parte do tempo até parecia que você estava escrevendo para as pessoas lerem, mas em outras parecia que estava "pensando sozinho" e aí por mais interessante que seja sua ideia ela será só prá uma pessoa, no caso para quem escreveu. Só uma dica ok? Não me entenda mal, acho que tem muito potencial. Abraço.

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  3. Me diverti lendo seu texto, me lembra Jornalismo Gonzo. As possíveis divagações só ajudam o leitor a se envolver na leitura aproximando-os. E suas metáforas são sutis, ótimas! Consegue transpor o leitor com o inusutado do Obama e trazer para a jovem baleada, dois modos de ver, como você diz, dois cliques. Parabenizo a todos os textos estão muito bons
    PS: Vocês podiam criar um Twitter do blog para divulgá-lo melhor. Para mantê-lo "quente" ir fazendo chamadas sobre os textos e postando sempre o link com uma nova atualização. Fora isso, ir postando frases relacionadas. Bom, é uma ideia.

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